A comunicação corporativa para estratégias ESG

A COMUNICAÇÃO CORPORATIVA PARA ESTRATÉGIAS ESG

Por: Juliano Pupo

Recentemente, o McDonald’s da Noruega lançou uma interessante campanha publicitária abordando um problema global: o lixo.

Durante a pandemia, a rede de fast food teve um crescimento exponencial do famoso “Pra viagem”, ou take away em inglês. Com o aumento do “Pra viagem”, aumentou também a quantidade de embalagens da empresa espalhadas pelas ruas de Oslo, a capital do país.

É claro que empresa alguma quer ver sua marca associada a um problema crônico como este, principalmente num momento histórico no qual questões ambientais são a pauta da vez. A solução da empresa foi uma inteligente campanha publicitária convidando os consumidores a assumirem sua parte da responsabilidade e trabalharem junto à companhia em busca de uma solução. Esse foi o mote da campanha “Take away your take away”, e você pode ler mais sobre ela na matéria do blog Update Or Die.

Campanha: Take away your take away

Como a campanha do Méqui Noruega pode auxiliar na construção de estratégias de comunicação para ESG?

Não iremos nos prolongar na campanha porque o que nos interessa aqui são dois pontos específicos:

  1. A escolha da empresa de compartilhar a responsabilidade diante de dilemas ambientais, no momento em que ESG deixa de ser uma preocupação específica de investidores ou órgãos regulamentais e passa a ser observado de perto pelo público;
  2. A habilidade da agência de comunicação para sintetizar essa mensagem e transmiti-la com eficiência ao público-alvo correto.

Como agência de comunicação corporativa, acompanhamos de perto a ascensão das pautas Ambientais (E), Sociais (S) e de Governança (G) em empresas dos mais variados portes e setores. Também como agência de comunicação corporativa, nos deparamos com gargalos que, muitas vezes, tentam se ancorar na comunicação como salvadora da pátria, o que acaba se mostrando ineficiente ou mesmo contraproducente, dependendo do contexto geral.

A comunicação pode e deve ser um agente aliado de políticas ESG, porém, para que isso seja efetivo, é preciso saber onde, como e quando trabalhá-la, e os dois pontos acima tirados da campanha do Mcdonald’s Noruega podem nos apontar alguns caminhos importantes. E o primeiro deles é justamente sobre compartilhar.

É preciso envolver os stakeholders

Para promover avanços ESG é preciso trabalhar transversalmente, já que são medidas que não passam apenas por diferentes áreas da companhia, mas vão além, envolvendo fornecedores, parceiros, terceirizados, clientes etc. Portanto, assim como o Méqui, é necessário envolver todo mundo, atribuir responsabilidades e metas. E aí sim a comunicação entra em cena, uma vez que ela é primordial para se atingir essa transversalidade entre as áreas através de transparência, responsabilização, alinhamento e engajamento.

                Transparência para comunicar os gargalos reais da companhia, quais são os pontos de atenção, suas fraquezas e fortalezas no que concerne a ESG. Também para divulgar as ações que serão adotadas e as parciais dos resultados alcançados de tempos em tempos – o primeiro ponto é imprescindível para que os envolvidos saibam que não se trata de um discurso vazio e propagandístico, mas que a organização está de fato se movimentando para chegar onde quer; e o segundo é indispensável para se alcançar o engajamento necessário para que mudanças sejam realizadas.

                Responsabilização porque, como vimos, trata-se de uma atuação transversal sobre a qual todos são responsáveis – com pesos diferentes, é claro.

                Alinhamento para que esses diferentes stakeholders estejam na mesma página e saibam como colaborar, as metas que têm que atingir, o papel de cada um dentro deste projeto maior.

                Engajamento porque, uma vez que todos estejam cientes do momento da companhia, dos gargalos a serem trabalhados, das metas a serem atingidas e do papel de cada um nesse xadrez, é preciso comprar a ideia e trabalhar em equipe.

Na hora de comunicar, responda “quem, como e quando”

Os 4 pilares que vimos acima (transparência, responsabilização, alinhamento e engajamento) também são transversais e passam por uma série de medidas a serem adotadas pela organização. Mas, fora o objetivo final de alavancar estratégias de ESG, eles têm outro elemento em comum: a comunicação pode ser uma grande aliada. Mas, para isso, é preciso saber para quem falar, como falar e quando falar.

Quem?

Responder a esta pergunta é o primeiro passo para pensar uma estratégia de comunicação assertiva. Mas é impossível respondê-la sem ter clareza das etapas anteriores, principalmente aquelas que dizem respeito à responsabilização dos envolvidos.

Isso porque informação demais pode ser um tiro no pé, considerando que, via de regra, os colaboradores estão focados em suas respectivas funções e demandas e podem começar a ignorar informes muito recorrentes. Além disso, é sabido que retemos uma quantidade mínima de toda a informação que chega até nós, principalmente se não a considerarmos relevante.

Por isso, (i) o ideal é direcionar mensagens diferentes para stakeholders diferentes, sempre considerando o que aquele público específico precisa saber para agir e se engajar com o projeto. (ii) Considere também o que ele já sabe, evitando excessos e informações repetidas. (iii) Por último, jamais subestime sua audiência, forçando a barra com promessas ou números irreais. A pessoa que se sente enganada ou subestimada dificilmente irá se envolver como faria numa situação diferente.

Como?

Sabendo quais são os públicos com quem quer falar, é preciso construir uma mensagem assertiva e eficiente que o conduza por algumas etapas:

  1. A intenção do projeto: é preciso ser franco e deixá-lo ciente da intenção maior por trás do projeto. Rema-se mais e melhor quando se conhece o destino do barco.
  2. Conscientização: depois de saber aonde vai, é preciso que o público entenda a importância das novas estratégias e ações adotadas. É um momento mais didático, e pode ser interessante munir a audiência com informações relevantes que tangibilizem o problema, mostrando suas consequências em curto, médio e longo prazo. Em seguida, é um bom momento para elucidar os ganhos e benefícios que a nova rota trará não só à companhia, mas a todos os envolvidos.
  3. Metas e papeis: depois de conhecer o cenário e estar convencido da importância do seu envolvimento, o público está preparado para participar, mas, para isso, ele precisa saber como! Seja claro quanto às metas a serem atingidas pelos diferentes stakeholders e sobre o papel de cada um. Lembre-se que é preciso compartilhar a responsabilidade para que as coisas avancem.
  4. Reconhecimento: sempre que uma meta é estipulada, já se espera um reconhecimento caso ela seja cumprida. Portanto, bons resultados ou atitudes –principalmente quando frutos da proatividade de algum envolvido – devem ser reconhecidos, valorizados e divulgados para que inspirem outras pessoas ao longo da jornada.

Quando?

Por último, mas não menos importante, há de se responder “quando”. É muito importante alinhar a recorrência da comunicação e em que momento ela ocorrerá, buscando sempre aquela janela em que o público está mais aberto e disposto a escutar. Portanto, momentos de fluxo de trabalho intenso ou horários que sabidamente são menos propensos à comunicação corporativa devem ser evitados.

                Porém esse “quando” não diz respeito somente ao momento de transmitir a informação, mas também sobre compreender em que fase a organização se encontra nessa jornada ESG. Se sua companhia está começando agora, seja honesto e consciente sobre isso na hora de informar e envolver os stakeholders. Cada organização está num momento diferente de sua jornada, e usar a comunicação para projetar-se numa etapa que ainda está longe de ser alcançada pode soar forçado. E, como dissemos, jamais subestime sua audiência.

Explore todo o potencial da comunicação corporativa para alavancar suas estratégias ESG

 Agora que você conhece os principais pilares a serem trabalhados e alguns dos métodos para comunicar e engajar os stakeholders na operação, fica mais fácil elaborar um planejamento sólido e efetivo para alavancar a operação e levar sua empresa a um novo patamar ESG.

E, se quiser turbinar ainda mais sua comunicação com clareza na mensagem, mapeamento de públicos e dores, um copy matador e a melhor abordagem com vídeos lúdicos e apresentações estratégicas, entre em contato com a Kings Comunicação.

Compartilhar

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on print
Share on email
Close Menu
Previous Next
Close
Test Caption
Test Description goes like this